O MEU 10º ANO EM ALENQUER
A professora de Psicologia era uma tal de Cristina, qualquer coisa, e era vanguardista, vestia-se sempre de preto e fumava cigarro atrás de cigarro. O professor de Filosofia era um individuo já cinquentão, que segundo as más línguas passava qualquer aluna que se apresentasse regularmente de mini-saia nas suas aulas, para além disso e ainda segundo as mesmas “línguas”, a forma como classificava os testes era muito “sui generis”, lançava todos os testes ao ar e os que ficassem em cima da cama tinham positiva. Eu pessoalmente não me posso queixar desta forma de classificar testes, mas os meus deviam ficar sempre meio pendurados entre a cama e o chão. A professora de Antropologia Cultural era uma senhora que vivia na Base Aérea de Ota. O professor de História era um tipo muito nervoso que residia nas Paredes, bem perto da escola. Dos restantes professores já não tenho memória.
Quando no início desse ano escolar fui consultar o horário e os restantes elementos da turma, fiquei bastante feliz porque iria reencontrar um amigo de Ota (Sr. Empresário do Grão de Café), com o qual já não convivia na mesma sala de aula desde a 4ª classe.
1º PERÍODO: DESGRAÇA COMPLETA
No final do 1º período só não tive negativa a Inglês e Francês, enquanto o meu amigo nem isso conseguiu (negativa a tudo). Ambos estávamos tapados por faltas não justificadas. Foram dois meses em que o menos importante era as aulas. Passávamos o tempo em busca de miúdas, a beber submarinos (caneca de cerveja com um copo de bagaço no fundo) no “Verde Minho” ou no “Rally”. Quase todos os dias andávamos à pancada com o pessoal de Alenquer.
Certo dia estávamos no zona de recreio da escola secundária de Alenquer, já bem bebidos, quando me apercebo de alguma confusão junto aos “quadrados”, eram os meus amigos de Ota envolvidos numa escaramuça com os de Alenquer, imediatamente desloquei-me para o local e vejo o Sr. Empresário do Grão de Café em KO, infortunadamente tinha sido agredido pelo Sr. Director, convém referir que o Sr. Director fazia parte da nossa “equipa”, mas como toda a gente sabe o álcool bebido em doses industriais provoca dupla visão e seguramente foi isso que levou o nosso amigo a falhar o adversário, acertando involuntariamente no Sr. Empresário.
A EXPULSÃO DA AULA DE ANTROPOLOGIA CULTURAL.
Durante esse primeiro período fazia tudo menos estar atento às matérias desenvolvidas pelos professores, isto quando ia às aulas. Num determinado dia, estava eu mais o meu colega de carteira, o Sr. Empresário, entretidos a jogar ao “montinho”, com um baralho de cartas, devidamente dissimulado para passar despercebido à professora de Antropologia Cultural, quando a cinco minutos do toque para a saída, a “stora”, interrompe a aula e diz o seguinte: “O Rui e o …. façam o favor de sair da sala”. Nessa altura fez-se silêncio na sala de aula, os nossos colegas sempre habituados à nossa indisciplina, principalmente naquela aula, ficaram estupefactos perante a nossa expulsão. Logo hoje que eles nem sequer estavam a fazer barulho, devem ter pensado todos eles. A verdade é que a professora tinham topado desde o início o que nós estávamos a fazer e só nos expulsou a cinco minutos do fim, para que tivéssemos falta e pudéssemos gozar muito pouco tempo livre. Foi esperta e sacana.
A EXPULSÃO DA AULA DE HISTÓRIA
Um belo dia, eu e o meu colega de carteira decidimos que iríamos passar a infernizar a vida ao “stor” de História. Para o fazer necessitávamos de umas palhinhas das ervas que colhemos à entrada da sala e enfiávamo-las no nariz, passando toda a aula a espirrar. Os meus colegas de turma tiveram oportunidade de assistir a um verdadeiro recital de espirros. Como teve graça a primeira vez, repetimos mais algumas vezes, até que o professor separou-nos. Mas nem separados acalmamos, quando não era espirros era tosse, ou outra coisa qualquer, sempre com o intuito de perturbar a aula ao máximo. Até que um dia fui ameaçado pelo professor, completamente fora de si, que me pegava pelos colarinhos e me punha na rua. Parece que estou a vê-lo, ele que tinha um tique de ajeitar os óculos e passar a mão pelo cabelo atrás das orelhas. Hoje reconheço que era uma estupidez o que fazíamos ao homem.
REGRESSO À NORMALIDADE
Com o início do 2º período veio a desistência do meu colega de carteira, e nessa altura decidi que tinha de dar a volta à situação. Mudei o meu comportamento, passei a sentar-me ao lado do “crânio” da nossa turma, que era a Elisabete (Beta), e vivia na Base Aérea de Ota, que me deu um apoio fundamental na recuperação a todas as disciplinas. Aproveito este espaço para lhe agradecer publicamente. No final do ano lectivo passei, sem grande brilho, é verdade, a todas as disciplinas.
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