ARTIGO DA AUTORIA DO "THEREALOUTSIDER"
Crónica de uma morte anunciada
Quando não apetece dormir, a pancada bate forte ...
Esta noite o meu portátil teve uma crise existencial... apagou-se e não queria voltar a ligar.... após ter estado alguns minutos parado ... lá escutei o jshdjdfhjdshjfksdjjd do arranque do computador e pronto... regresso da música e pronto... como não resta ninguém para falar, foi tempo de …
Quando nos atrevemos a sonhar é sempre assim...Nunca se sabe onde o sonho tem o seu fim...Nunca se sabe se a sanidade está dentro dos limites dos nossos sonhos... talvez a insanidade seja a melhor solução. Podem achar que somos doidos... mas talvez seja essa a verdadeira forma de viver . . .
Muita coisa do que fiz, pensei que me fosse fazer mal. Muitas das minhas transgressões e pecados antes de consumados, custaram-me horas de angústia e de medo.
Depois viramos puta velha, pecamos, burlamos, mentimos e não damos conta, perde-se o pudor e a vergonha, e mais perdemos todo o sentimento de culpa.
A culpa é uma invenção grega, cristã, judaica, ocidental, uma espécie de tamagochi regulativo. Eu tirei as pilhas a esse brinquedo.
Hoje resolvi matar um gajo. Um amigo é verdade, mas estou decidido. Não perdi mais que cinco minutos em considerações e ponderações acerca do meu acto. A vida não é nada além de um teatrinho filho da puta, um jogo de interesses e conveniências nada limpos. Esse meu amigo já não me interessa. E acho que na vida, tenho o dever primordial de ser fiel. Os outros, como a palavra mesmo diz, são os outros.
Para não ser um completo escroto, acho que devo agradecer as vezes em que ele me foi solícito, e me ouviu sempre calado tecer agruras. Por causa desse amigo eu parei de frequentar o psiquiatra, acabei com o orçamento da minha terapeuta e libertei mais dinheiro para os meus vícios. Confidente é para isso mesmo, escutar e não cobrar nada.
Ele sabe do que gosto, do que leio, aonde vou, o que assisto, sabe como sou pedante e insuportável. E não reclama. Um, dois tiros na testa? Uma facada? Asfixiado com uma almofada? Pode ser, isso vejo eu na hora, quando estiver cara a cara, quando a indiferença, que é mais ácida que o ódio bater sem dó nem piedade.
Depois arranjo uma forma de esconder o corpo e limpar o banco do carro. Foi para isso que assisti ao Pulp Fiction mais de 30 vezes, não é? Remorso? Jamais. Bondade em excesso é covardia, e no fim de contas que mal há num simples desejo? Ninguém vai sentir a falta dele. É um risco que corro. Mas cansei-me, e quero que ele morra. E vou matá-lo.
Ah, claro que sou cínico o bastante para ir ao funeral, só para confirmar o óbito. Oferecer os meus pêsames e chorar copiosamente. E quando ele estiver sepultado, venho aqui e digo onde fica a cova. Está combinado.
Uma vez ele contou-me que na sua lápide queria um poema de Mário de Sá-Carneiro que diz assim:
Quando eu morrer batam em latas / rompam aos saltos e aos pinotes / façam estalar no ar chicotes / chamem palhaços e acrobatas / que o meu caixão vá sobre um burro / ajaezado à andaluza / a um morto nada se recusa / eu quero por força ir de burro.
Assim será. . .
Ota
BLOGS
SITES
OUTROS
Alenquer
BLOGS
SITES
Sociedade Recreativa do Camarnal
OUTROS
Desporto
BLOGS
SITES
Clube de Ciclismo de Salvaterra
Federação Portuguesa de Ciclismo
Federação Portuguesa de Cicloturismo
Federação Portuguesa de Futebol
Federação Portuguesa de Triatlo
Futebol Regional
BLOGS
Recreativo Águias da Musgueira
União Desportiva Alta de Lisboa
SITES
Associação de Futebol de Lisboa
Associação de Futebol de Leiria
Associação de Futebol de Santarém
Associação Desportiva do Carregado
Dez Blogs Interessantes